Sunday, February 22, 2009

No porão, enterrei.



No porão, enterrei. (sonho - fevereiro 2009 - F.Costa)

Aguardo cada segundo o porão se abrir e percebermos o quanto é profundo as suas mentiras contadas. A goela calejada do mofo que há em suas promessas. Descontrolado jeito de ter a alma de alguém. Vem ver seu ego como brilha e jura que sairá do meu lado.
Do porão para as gavetas vazias e nosso baú transborda de histórias mentirosas de romance inacreditável. Incrédulo sonho doente. Você se perdeu no porão noturno e vai sem precisar de esperança. As companheiras da mente irão com você. Só as tem, pois as troca em dinheiro.
Suponho risadas engolidas por você quando parto do porão para as gavetas à procura de meus compromissos com a responsabilidade de encher meu baú. Mas no meu cofre sei bem o que me fez no porão na noite passada. As mentiras contadas. As promessas mofadas. Seus miúdos dissolvendo em poeira. Pena, gostaria de levá-lo para “nossas” gavetas. Mas minhas gavetas foram fechadas e te enterrei no porão.
(F.C.)

Som esquizofrênico.


Você é mais um. Entenda. Aceite. Desejo te um som esquizofrênico.
Não se esquecerá do som. Flutuará nele sem entender o que significa.
Enlouquecerá nele. Comerá do som, respirará do som.
Você é mais um. Só mais um. Sem desculpas e com mentiras.
Tenho que te desejar o que está dentro de mim. Até você me falar a verdade.
Realizará infernos na mente até os ossos. Desejo te o som esquizofrênico até cansar.
Até você me falar a verdade. Você é mais um. Entenda. Eu aceito.
Mas comerá do que me fez enjoar. Respirará do que me fez espirrar.
Perderá o que perdi. A mente atrofiar. Correrá do que esperei.
Desejo te um som esquizofrênico como o seu nome na minha mente.
(F.C)

Cresça, resolva e desapareça.


Cresça, resolva e desapareça.
Objeto aplicado em seus dias vazios.
Não haverá mais minha presença.
Objeto aplicado em seus cabelos vazios.
Não terá nunca uma crença.
Objeto aplicado em seus baseados vazios.
Não haverá mais minha esperança.
Objeto aplicado em seus sons vazios.
Cresça, resolva e desapareça.
(F.C)

Menino do vagão


Menino do vagão elogia as mãos... Critica um dedo, quer me arrancar uma coxa... Arrancou a mente. Toca e olha como se gostasse, foge no momento de ser ele mesmo...
Falsidade em todos os momentos e segue sua vida. Faz seu ego desprezível, falso e inseguro.
Difícil acreditar no menino do vagão. Disse-me sobre responsabilidades precoces encantadoras. Realeza dos sentimentos familiares. Seria verdade?
Tornou se mais um ser desprezível e as lágrimas estão indo embora e ficando o enjôo por mais um ser desprezível. Somente mais um ser desprezível e passageiro.
Tentei por vezes limpar a imagem seguida de mentiras e o silêncio me comprova que o encanto desapareceu, não há como dar a ele maturidade, respeito ou caráter. Se pudesse o faria.
Sobrou minha mente confusa a respeito da índole do menino do vagão que se distancia a cada manhã de domingo.
(F.C)

Não entende de nada.


Não entende de nada e ainda tem sorte de ainda respirar. A loucura passa do som que ouve.
Não entende de nada. Estupidez e drogas são seus momentos ordinários e únicos.
Não entende de nada e tem sorte de ainda respirar. Não atingiu o sucesso no seio direito.
Sinta os dois, meu bem.
Não entende de nada e tem sorte de ainda respirar. Não atingiu o orgasmo.
Não, não é cansaço, meu bem.
Não entende de nada. Sinta o meu rosto. Ele diz que você pode ir embora, mas não seja frouxo o bastante de deixar o buraco aberto. Você pode cair.
Não entende de nada. Tem sorte de ainda respirar. Suas mentiras e minhas loucuras não combinam. Cuidado ao respirar e no inferno parar.
Não entende de nada. Até meus ossos te dizem para sumir. Mas assuma que irá, por favor!
Fica no meu estômago o enjôo de pensar que você ainda respira e não entende de nada e seja bom para que no inferno você não vá parar de respirar. Mais um tráfico ou overdose não hei de agüentar.
(F.C)